segunda-feira, 26 de agosto de 2013




Sei quem tu és


"Amei por um dia. Sonhei por dez anos. Morri ao ver teus olhos desonrados. Tristeza lhe restou, queixumes não lhe faltavam mais. Amor tampouco. Amei teus passos por um dia, e tu partiu, afogando-me neste poema inacabado." - A Ralca


Nesta mesa de bar
tua dor me sucumbe 
por ver teus olhos 
cegos de tristeza

És tão bela como a noite
Mas tua face jorra lágrimas
que se despedaçam no chão
como raios de janeiro

Apesar de bela
teve amores infelizes 
que bateram em marquises
e quebraram teu coração

Sei bem que teus pés são de samba
e despejam suas dores nas avenidas
mas lhe peço, mulher,
deixe-me banhá-los em águas mornas
e secá-los a beijos nus

Perdidos em descompasso 
teus passos encantam como poesias
derramam tua felicidade
disfarçam tua solidão 

Dançam às cegas para amores
que partem sem dizer adeus

Deus, como puderam jurá-la
falácias de amor e
partir como marinheiros 
sem explicar o "por quês"
do último beijo.

A poucos metros de tua janela
vejo teu corpo ao trocar a roupa
teus seios culturais
abalam meu ser em vida

Teu corpo tão comum e formoso
me dá gosto de abrir os olhos
a janela e ver tuas pernas
alienando meu olhar.

Poeta mas homem
te jogo flores e serenatas
tudo que posso lhe dar
amor, cachaça e um colo 
para não mais chorar


V. Canuto


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