Damas da meia-noite
"A todas as senhoras que transpassam nas avenidas, doando seus corpos, morrendo no desamor. Mulheres sem poetas para descrevê-las. Amantes do desejo, que guardam no fundo de seus seios um amor incondicional. Ainda não descoberto por alguém. Morre pela falta de reciprocidade. Sinto-me na obrigação de dedicá-las meus poemas. Vejo-lhes eloquentes, algumas inocentes debaixo das luas, outras calejadas na amargura."
"A todas as senhoras que transpassam nas avenidas, doando seus corpos, morrendo no desamor. Mulheres sem poetas para descrevê-las. Amantes do desejo, que guardam no fundo de seus seios um amor incondicional. Ainda não descoberto por alguém. Morre pela falta de reciprocidade. Sinto-me na obrigação de dedicá-las meus poemas. Vejo-lhes eloquentes, algumas inocentes debaixo das luas, outras calejadas na amargura."
Pare olhe ao redor Apenas
mulheres.
Pare sinta o frio Apenas olhares maquiados
Pare sinta o medo Na Paulista ou na Glória
São mulheres deleitam-se nos
colchões de tantos quartos nos lábios alcoolizados de tantos defuntos abrindo
suas pernas cobrindo-se no véu de tantas luas
Mulheres da noite ou do dia Perdidas nas
marquises Corpos
quentes e infelizes
Na Vieira Souto ou no Leblon Morrem sem amor sem
serenata
As resta cachaça e um copo
d’água No último gole a lágrima cai soluçando a alma se esvai
Quando as vi pela primeira vez
jogando-se nas portas dos carros
gozando nos motéis
Vi mulheres que jamais terei
mas os sonhos hei de tê-los em meu olhos
Mulheres que amo que as tenho que enveneno
V. Canuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário